Ações, Vereador

Discurso do Vereador Braz Antunes na Sessão Solene de Entrega do Título de Cidadão Santista ao Dr. Henrique Camilo de Lellis

DISCURSO DO VEREADOR BRAZ ANTUNES MATTOS NETO NA SESSÃO SOLENE DE ENTREGA DO TÍTULO DE CIDADÃO SANTISTA AO DR. HENRIQUE CAMILO DE LELLIS, REALIZADA EM 13 DE NOVEMBRO DE 2019, NO PLENÁRIO DR. OSWALDO CARVALHO DE ROSIS, DA CÂMARA MUNICIPAL DE SANTOS.

 

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          Senhores e Senhoras presentes,

         Distintas autoridades, amigos e familiares.

 

      

         Subir a Serra em busca de oportunidades no Planalto, novos rumos, novas perspectivas, melhores empregos. Esta sempre foi e continua sendo uma atividade incessante entre os jovens santistas. Não faltam vozes que lamentam o êxodo, a perda de possíveis talentos, de pessoas que poderiam contribuir em muito para a evolução da Cidade.

          Por isso mesmo, devemos louvar a quem faz o caminho inverso, ou seja, aqueles que deixam São Paulo para viver no Litoral. E aqui escrevem suas histórias de vida como se efetivamente santistas fossem.

          A contribuição destes paulistanos sempre foi marcante na nossa História. E como uma forma honrada e leal de homenagear todos aqueles que desceram a Serra e se juntaram a nós, vamos falar hoje de um menino que veio para Santos com somente doze anos. Vamos imaginar por um instante como era a Cidade naquele tempo, final dos anos 50, início dos vertiginosos anos 60.

           Com certeza, ele descobriu um outro universo, outros horizontes, outras ideias. E uma outra maneira de ver o mundo, de levar a vida. Ah, ele descobriu a praia, aquele paraíso inigualável…

          É obrigatório que se faça uma distinção importante: conhecer a praia durante férias, brincar na praia nos feriados e coisa semelhante, é uma coisa. Outra coisa é VIVER a praia, como se ela fosse uma extensão da sua casa, da sua rua, da sua alma. E este é o nosso caso hoje…

          Naqueles tempos, Santos ainda vivia as consequências da sua era de esplendor, quando o dinheiro dos barões do café havia trazido notáveis transformações. A urbanização completa da Cidade ainda não estava finalizada, obra de fôlego do então Prefeito Silvio Fernandes Lopes. Vejam só, ainda não existia nem o Canal 7, a Ponta da Praia era quase que totalmente de areia em vez de calçamento e asfalto. Ah, e o bonde “camarão” ainda passava, cruzando toda a Cidade e os ônibus papa-filas faziam a ligação entre Santos e São Vicente…

 Moleque santista de verdade tem que pular do bonde andando…

 Ainda não existia a Estação Rodoviária. E os morros ainda caíam.

          O menino Henrique Camilo de Lellis conhecia, sim, muitas outras cidades. Seu pai, o Delegado de Polícia Dr. Benedicto Lellis, juntamente com sua mãe Henriqueta Funaro Lellis, brilhante advogada formada na mítica Faculdade do Largo São Francisco, levou a família a todas as localidades para as quais era transferido, como Taubaté, Cedro, Nova Aliança, Patrocínio Paulista, Orlândia e São Sebastião.

          A família fincou suas bandeiras, tomou posse do seu “território”. Andar na praia passou a ser o programa diário obrigatório do menino. Um hábito que é mantido até hoje. É por isso, entre tantas outras razões, que hoje ele diz com indisfarçável orgulho: “Sou santista de verdade há muito tempo”.

          Pois bem:  para a felicidade de todos nós, especialmente da esposa Regina Célia Vieira Lellis e dos filhos Fernando Henrique Vieira Lellis e Carlos Eduardo Vieira Lellis, o Dr. Henrique Camilo de Lellis torna-se de fato e de justiça um Cidadão Santista.

          Da mesma forma que a nora Carla  e os netos João Ricardo, Valentina, Sofia e Natalie, todos nós que o conhecemos podemos nos sentir orgulhosos de ter entre nós, como um legítimo santista, o respeitado e admirado Dr. Lellis.

          Como não ser santista de fato alguém que fez o ginásio e o colegial no lendário Instituto Estadual de Educação Canadá, talvez um dos grandes exemplos de excelência  em Educação na história da Cidade?

          O curso de como aprender a ser santista estava quase finalizado. Só faltava mesmo formar-se na Faculdade de Direito, pela Universidade Católica, hoje UniSantos,  na turma de 1969. Para passar no vestibular, nem precisou de cursinho, mais um dos efeitos do Colégio Canadá.

          No quinto ano, cursou também a Academia de Polícia do Estado de São Paulo.

           Pronto: os meandros do Direito e da vida estavam desvendados.

          A vida profissional iniciou-se em 1971, na área do Direito Criminal, inicialmente pelas mãos do Dr. Laurindo Vaz. Depois, em um escritório com  João Carlos Vieira, o Vieirinha, ex-vereador desta Casa, seu cunhado. Até o ano 2000, manteve escritório próprio, quando então foi trabalhar com o tio, Ciro Toledo, na área de transportes. Há 27 anos, dedica-se ao ramo do transporte rodoviário, na sua empresa Rodoporto Transportes Rodoviários.

          Existem outras facetas bastante interessantes em sua vida. Como por exemplo trabalhar como repórter da Rádio Atlântica na década de 70, sendo proprietário da carteira 371 da Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo – Acesp. Ou, então, ser Presidente da Escola de Samba Unidos de Padre Paulo de 1981 a 1983. E ali, fez bonito: vice campeão do Carnaval santista em 1982 e campeão em 1983.

          Foi também fundador, secretário e presidente do Lions Club de Santos Vila Mathias e, a nível Distrital,  Presidente de Divisão H-2 em 1984.

Permaneceu na Entidade até 1988.

          E então aconteceu, no mesmo ano, o Rotary Club de Santos  na sua vida. Falando sinceramente, é obrigatório dizer que sua esposa Regina ganhou destaque antes dele, exercendo a Presidência da Associação das Famílias de Rotarianos – ASFAR, em 1993-1994. Grandes mulheres são assim, insistem em mostrar os caminhos corretos aos maridos…

   Todos sabem que tenho um imenso orgulho em pertencer ao Movimento Rotário através do Rotary Club de Santos há 28 anos e que faço questão de evidenciar essa condição sempre, tanto na vida pessoal quanto na minha atuação parlamentar. E que tenho a imensa honra de conviver com Rotarianos do porte do Companheiro Lellis, que mereceu a suprema distinção de ser considerado “amigo” de fato pelo nosso grande inspirador e orientador, Paulo Viriato Correa da Costa.

          Alguém que mantém em seu escritório uma autêntica galeria com troféus, símbolos e lembranças ligadas ao Movimento Rotário. E que confessa: “Minha vida é o Rotary”.

E não é para menos: ocupou diversos cargos na Instituição, sendo escolhido Presidente do Rotary Club de Santos no ano Rotário 1995-1996. Foi Governador do Rotary Distrito 4420 em 2000-2001. Durante dois anos foi instrutor dos Governadores brasileiros do Rotary. E, hoje, é Vice Presidente do Rotary Club de Santos.

Foi responsável, como Presidente, pela construção do segundo pavilhão da Casa da Esperança de Santos, que atende a cerca de 200 crianças, e que recebeu o nome de outro Rotariano ilustre, o Dr. Luiz Yanagi. Por meio da Fundação Rotária, ainda em 1995, entregou um veículo à Casa da Esperança, de Santos para o transporte de crianças entre as cidades da Baixada Santista.

         Como Governador, planejou e executou os famosos mutirões na Santa Casa, com o oferecimento de mais de 120 kits completos para a realização de cirurgias de catarata, beneficiando especialmente a população carente e reduzindo em muito a fila de espera que se tornava até crônica, na época.

         Em 2010, promoveu em Santos o Instituto Rotary do Brasil, trazendo para a nossa Cidade mais de 1.500 convencionais de todo o País, fator que auxiliou a propagação das nossas atrações turísticas e movimentou consideravelmente a economia do Município.

         Os Santistas são filhos da terra da liberdade e da caridade. O Dr. Lellis incorporou de forma perfeita esta condição, sendo sócio de diversas entidades benemerentes, como o Asilo da Velhice Luís La Scala Júnior; o Lar das Moças Cegas, o Lar Evangélico de Amparo à Velhice, o Lar São Francisco. E, logicamente, é Sócio Benemérito e Honorário da Associação Casa da Esperança de Santos.

         Além de Diretor da Casa da Esperança de Santos, é Conselheiro da Santa Casa de Misericórdia de Santos, sendo Irmão da Entidade, e pertence à Loja Maçônica Martim Francisco desde 1997.

         Meus amigos, minhas amigas:

         Como se percebe, são muitas as razões que justificam a concessão desse Título de Cidadão Santista, oficializado por meio do Decreto Legislativo Nº 37, de 2017, de minha autoria. A começar pelo comentário de um amigo em comum, Geraldo Pieroti, que exclamou: “Até que enfim…”, citando a inteira justiça desse ato.

         Há também esta questão de inteira justiça, pois estamos hoje apenas reconhecendo um fato concreto: estamos diante de um legítimo santista.

Mas, principalmente, estamos diante de alguém que merece todas as homenagens cabíveis por ter participado intensamente dos anos mais fecundos e ricos da história santista, que acompanhou de perto cada um dos ocupantes da Administração Pública e da política santista.

         Sua atenção às questões sociais, cumprindo de forma exemplar os preceitos Rotários, também é forte motivo para este Título.

   Mas, acreditem, não pode haver justificativa melhor e mais recomendável do que o seu espírito brincalhão, a sua alegria contagiante, a sua forma positiva de encarar a vida e o Mundo. Enfim, o jeito santista de ser.

   Pois cada vez mais precisamos do pensamento otimista, para mostrar que podemos mais; que podemos fazer mais; que podemos viver mais e avançar mais.

 

Muito obrigado a todos!

 

 

          BRAZ ANTUNES MATTOS NETO

                   Vereador