Blog

Odontologia hospitalar alcança primeira vitória. Mas outras batalhas virão

 

Aí está: foi dado segunda-feira o segundo passo na dura caminhada para transformar em lei o projeto que obriga os hospitais a manterem Cirurgiões Dentistas nas UTIs.      O projeto foi apresentado em 2 de outubro de 2017 e agora passou em discussão preliminar, com a derrubada do parecer contrário. Este é o sinal de que a proposta continuará a tramitar, recebendo em seguida o parecer das comissões permanentes, até que seja pautado para  a primeira discussão.

Sejamos claros: esta é uma medida das mais importantes na prevenção de infecções bacterianas nos hospitais. Vamos repetir sempre: a Saúde de uma pessoa começa pela cavidade bucal, a boca.  A falta de higiene bucal – como acontece forçosamente nas UTIs- facilita o ataque de bactérias que podem agravar as doenças, aumentar o tempo de internação e , enfim, levar à morte do paciente. Aqui mesmo em Santos ocorreu um caso assim, com o falecimento de um atleta de basquete, que sofreu parada cardíaca causada por endocardite bacteriana.

Vejam só o exemplo: em Campo Grande, aonde existe lei a respeito, houve redução das infecções hospitalares, o mesmo ocorrendo em Ceilândia, que  alcançou índice zero em pneumonia. A USP de Ribeirão Preto fez um levantamento a respeito e concluiu que 56% das infecções respiratórias em pacientes internados em UTIs podem ser evitadas com os necessários cuidados bucais.

  A explicação é óbvia: as complicações causadas pela falta de higiene bucal são inúmeras. As bactérias que habitam habitualmente a cavidade oral aventuram-se pela corrente sanguínea e escolhem quais órgãos pretendem atacar. Com o sistema imunológico comprometido, as chamadas  infecções oportunistas aparecem, piorando o quadro do paciente. Abcessos, periodontites e infecção generalizada (sepse) são as mais comuns, além de infecções digestivas e respiratórias.

Não se trata somente de um projeto para a classe Odontológica mas, antes de mais nada, de uma importante questão de Saúde Pública, de salvar vidas, reduzir gastos e melhorar as condições dos pacientes, prevenindo que seu estado se agrave.

Por tudo isso, é importante demais que seja formada uma corrente de união em favor do projeto, sensibilizando os agentes públicos e o Sr. Prefeito.