A Audiência teve a presença do Secretário Municipal de Assuntos Portuários e Marítimos e Presidente do Conselho de Autoridade Portuária, Sergio Aquino, do Presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e Vale do Ribeira (Sindicam), José Luiz Ribeiro Gonçalves, do Engenheiro Luiz Manoel Moreira, da Codesp, do Diretor de Operações da Companhia de Engenharia e Tráfego (CET), Ivson Rocha, Autoridades Civis e Militares, além de representantes de sindicatos, empresas e associações que atuam na área portuária e de transportes de carga.
Os problemas relacionados à circulação e ao estacionamento de caminhões em Santos são discutidos há tempos, porém, o assunto tem sido bastante abordado pela imprensa local ultimamente. Os bairros que geram o maior número de reclamações com relação ao estacionamento de caminhões em áreas residenciais são Macuco, Ponta da Praia e os bairros da Zona Noroeste.
O Vereador Braz iniciou a Audiência fazendo um parâmetro sobre as reclamações dos moradores e as necessidades dos caminhoneiros ligados ao Porto. “Os dois lados têm razão, mas não estamos encontrando uma saída para o problema. Tenho recebido várias reclamações, mas só se fala dos incômodos originados pelos caminhões; não dos benefícios e das possíveis saídas para o problema”.
O Presidente do Sindicam, José Luiz Ribeiro Gonçalves, defendeu a categoria: “O caminhoneiro não é visto como um munícipe, só como um problema. Precisamos de uma política que melhore o sistema todo, pois a cidade tenta minimizar o impacto de caminhões, mas o Porto precisa dos caminhões”. José Luiz citou áreas disponíveis para estacionamento na Alemoa, Macuco, Jardim Piratininga e Jardim São Manoel, mas a população desses bairros é contrária à ideia. “O Porto tem feito sua parte proporcionando áreas para as operações, mas precisamos de áreas para os sobressalentes”, destacou o Presidente do Sindicam.
Já o representante da Codesp, Engenheiro Luiz Manoel Moreira, negou que hajam áreas disponíveis para o estacionamento de caminhões. “Não temos espaço. Há pequenas áreas que atendem o dia-a-dia, mas não para resolver definitivamente o problema”. O Engenheiro criticou pontos estruturais da Cidade, como o trânsito e a falta de logística.
O Secretário de Assuntos Portuários e Marítimos e Presidente do Conselho de Autoridade Portuária, Sergio Aquino, disse que existem várias soluções e alternativas, mas elas não se resolverão na totalidade. “Nossa logística é inadequada. E arrumar áreas ou pátios para o estacionamento de caminhões não é a única solução”. Aquino destacou que Santos é uma cidade portuária e deve administrar esses problemas, que foram originados por erros no passado. A Lei de Uso e Ocupação do Solo atual modificou a que vigorava anteriormente, que determinava áreas mistas, ou seja, de moradia e de terminais portuários.
Sergio Aquino orientou os caminhoneiros a conversarem com os líderes de Sociedades de Melhoramentos, para tentarem chegar a um acordo. “Não existe solução ideal; existe solução possível”, frisou o Secretário e Presidente do CAP.
Os caminhoneiros reclamaram da falta de segurança no Porto e das multas excessivas, não apenas pelo estacionamento em local proibido mas também enquanto estão em trânsito desempenhando seu trabalho. O Vereador Braz solicitou à CET uma revisão da forma como os caminhoneiros são multados e uma maior compreensão de todas as partes quanto ao problema.
Diretor de Operações da CET, Ivson Rocha relatou os pontos críticos de estrutura do Município que contribuem com o agravamento do problema: “Santos é uma ilha de apenas 39 km2. Temos o maior índice de veículos motorizados do país (1 carro para cada dois habitantes) e cerca de 10 mil caminhões. É uma situação delicada, um trabalho difícil, mas não podemos deixar de cumprir a Lei”, justificou o representante da CET.
O Vereador Braz pretende realizar novos encontros através da Comissão Especial de Vereadores, na tentativa de se chegar a soluções viáveis para amenizar o descontentamento de todas as partes envolvidas.