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Elias José da Silva

Em meio aos desafios que os trabalhadores portuários estão tendo diante da Medida Provisória 595, que mudou diversos pontos importantes da legislação dos Portos Brasileiros, com absoluta certeza, sei que está fazendo falta a participação sempre importante de Elias José da Silva, que faleceu no início de 2013.

Pernambucano de nascimento, Elias adotou Santos como sua casa e se tornou, sem sombra de dúvidas, um dos maiores conhecedores de portos do Brasil. Foi presidente do Sindicato dos Consertadores do Porto de Santos por anos e era tido por Nelson Antunes Mattos, meu pai e presidente decano do Sindicato dos Conferentes, como o maior líder sindical da história do maior porto da América Latina. Seu trabalho e competência fez com que ocupasse cargos em várias diretorias da Federação Nacional dos Conferentes e Consertadores de Carga e Descarga, Vigias Portuários, Trabalhadores de Bloco, Arrumadores e Amarradores de navios nas atividades portuárias (Fenccovib), onde era braço direito do presidente Mário Teixeira. Apesar de dividir seu tempo entre Santos, Rio de Janeiro e Brasília, Elias sempre fez questão de ir semanalmente ao tradicional Lanches Praia, no Boqueirão, encontrar os seu amigos do cais.

Seu conhecimento do porto impressionou sempre todos a sua volta. O mais interessante era que Elias era auto-didata, pois não fez faculdade e sequer terminou o colegial. Porém, o brilhantismo de seus textos e o profundo conhecimento da legislação portuária impressionava muita gente importante. Cheguei a ver um advogado de renome na Cidade duvidar que Eliasteria escrito um brilhante texto que serviu de base para m projeto de lei envolvendo o Porto. Cansei de acompanhar de perto o Elias orientando os trabalhadores em Brasília nas diversas lutas que o sistema portuário brasileiro travou dentro da política. Tudo  com a humildade que sempre marcou suas ações. Essa humildade o fez até mesmo recusar um título de Cidadão Santita que eu como vereador à época, e a pedido do saudoso Nelson Mattos, queria lhe ofertar.

Tenho certeza que a experiência de Elias está fazendo falta aos trabalhadores nessa batalha por adequações na MP 595. Penso que os sindicatos portuários e a secretaria municipal de Assuntos Portuários e Marítimos poderiam propor que seja feita alguma homenagem a este santista de coração que sempre levantou a bandeira do Porto de Santos pelo país a fora.

ESSE ARTIGO FOI PUBLICADO NO JORNAL DA ORLA, NO JORNAL BOQNEWS E EM A TRIBUNA