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Investimento em Saúde, Odontologia Hospitalar é tema de Audiência Pública na Câmara Municipal

A presença do Cirurgião-Dentista em ambiente hospitalar é imprescindível. E não deve ser considerada como gasto pelos gestores, mas um investimento. Estes foram alguns dos motes da Audiência Pública que discutiu o Projeto de Lei nº 192/2017, que trata da Odontologia Hospitalar, e o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 14/2017, sobre a Assistência Odontológica Integral e Universal, ambos de autoria do vereador Braz Antunes. O encontro aconteceu na noite da última terça-feira (22/5), na Câmara, e atraiu profissionais da área da saúde e população em geral.

“Foram três horas de debate, com a participação de cerca de 60 pessoas, 15 pronunciamentos feitos pelos componentes da mesa e pessoas da plateia. O resultado foi muito positivo e revela a importância do tema para a saúde da população, que está sempre em primeiro lugar”, avalia o parlamentar, responsável pela Audiência. Os PLs estão em análise na Comissão de Saúde e Higiene.

“Sem dúvida, com a aprovação desses projetos, Santos servirá de modelo para outras cidades da Baixada Santista, do Estado e até do País”, defende Claudio Miyake, Cirurgião-Dentista e presidente licenciado do Conselho Regional de Odontologia do Estado de São Paulo (CROSP), um dos convidados que compuseram a mesa. “A população vai ser a maior beneficiada”, ratificou Miyake.

Outra convidada, a Presidente da Comissão de Odontologia Hospitalar do Conselho Federal de Odontologia e Coordenadora de Odontologia do Hospital São Paulo/Unifesp, Denise Caluta Abranches, falou sobre os Avanços e Desafios na Implementação da Odontologia Hospitalar no Brasil e mostrou como o serviço funciona em hospitais públicos e privados da Capital.

“O Cirurgião-Dentista deve ser visto como força-tarefa”.

Denise, que também é membro do Grupo Técnico de Odontologia Hospitalar do Ministério da Saúde, destacou ainda que o benefício não é só curativo, mas também preventivo, diagnóstico e paliativo, aliviando o sofrimento de quem está acamado.

Keller de Martini, Periodontista, Mestre e Doutor em Terapia Intensiva, Coordenador de Odontologia Intensiva no Hospital São Paulo/Unifesp e Presidente da Câmara Temática de Odontologia Hospitalar de São Paulo, reforça que a presença do Cirurgião-Dentista no âmbito hospitalar tem mostrado redução significativa dos níveis de infecções sistêmicas de origem bucal, diminuição na quantidade de prescrição de medicamentos, além de garantir a melhora na qualidade de vida do paciente, antecipando, inclusive, a alta.

“Após 48 horas numa UTI, a pessoa sofre a ameaça de micro-organismos que podem gerar pneumonia nosocomial (que acontece pela aspiração de material infeccioso presente na boca e faringe) e outras doenças, agravando um quadro que já inspira cuidados. Além do mais, há correlação direta entre a falta de higiene bucal e danos à válvula cardíaca. Tanto é que a endocardite bacteriana é responsável por um grande número de vítimas fatais. Em hospitais onde há a presença de Cirurgiões-Dentistas nas UTI’s, o número de óbitos por infecção é quase zero”, revela Braz Antunes.

O cirurgião cardiovascular Arnaldo Duarte Lourenço, representante da Associação Médica de Santos, lembrou da morte do jogador de basquete Laurence Scott Young, aos 30 anos, em 2011, vítima de uma endocardite bacteriana. Young atuava no time do Internacional/Santos.

Também fizeram parte da mesa Lamartine Lelio Busnardo, da Associação dos Cirurgiões-Dentistas da Baixada Santista; Odilon Mendes, presidente do Sindiodon, e Osvaldo Sérvulo da Cunha, Coordenador de Saúde Bucal da Prefeitura de Santos.