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Pratique o Voluntariado

Colunista: Arnaldo Jardim
Fonte: Deputado Arnaldo Jardim – vice-líder do PPS na Câmara Federal
Em meio à reta final das eleições, tenho percorrido o Estado de São Paulo, visitando municípios, encontrando lideranças, conhecendo entidades, mobilizando pessoas sobre a importância de contarmos com representantes públicos éticos, atuantes e compromissados com o interesse público. Nessas minhas andanças, pude perceber um movimento silencioso, que ganha força a cada dia, demonstrando que a cidadania se exerce não apenas na hora do voto consciente, mas principalmente pelas atitudes cotidianas de cada um de nós. Falo do Trabalho Voluntário.

A incapacidade do Estado de suprir as necessidades básicas de seus cidadãos, principalmente dos menos favorecidos, levou a sociedade a assumir tarefas que antes eram consideradas exclusivas do Estado. Assim, organizações não governamentais e entidades filantrópicas substituem o Estado naquilo que ele é insuficiente para prover à população e, para tanto, estas entidades necessitam de pessoas dispostas a trabalhar, não por dinheiro, mas pela satisfação de ajudarem o próximo, por solidariedade.

Antes, a atividade voluntária restrita aos serviços religiosos cujo intuito de ajudar está ligado à caridade cristã. Entretanto, ser voluntário vai além, pois busca sempre a satisfação de um ideal, que pode ser espiritual ou uma causa social ou ambiental.

Por isso, quando visito as APAE, as organizações sociais religiosas, a Casa de Apoio à Criança com Câncer São Vicente de Paulo, clubes da terceira idade, movimentos de defesa do consumidor, o trabalho de voluntários nas Santas Casas, a atitude da SOS Mata Atlântica, além de me emocionar, vejo que por trás dessas experiências bem sucedidas existe o voluntário contemporâneo, engajado, participante e consciente. Sejam em ações mais permanentes, ações pontuais e esporádicas.

Ao analisar os motivos que mobilizam em direção ao trabalho voluntário, descobrem-se, dois componentes fundamentais: o de cunho pessoal, a doação de tempo e esforço como resposta a uma inquietação interior que é levada à prática, e o social, a tomada de consciência dos problemas ao se enfrentar com a realidade, o que leva à luta por um ideal ou ao comprometimento com uma causa.

A maioria das entidades beneficentes no Brasil ainda são muito pequenas, e não têm programas de voluntariado. Qualquer pessoa pode ser voluntária, independente do grau de escolaridade ou idade, o importante é ter boa vontade e responsabilidade.

Pesquise uma perto da sua casa ou trabalho, veja se a área de atuação da entidade está de acordo com a sua intenção de trabalho e depois da escolha marque um dia para conhecê-la pessoalmente. Se não der certo com a primeira entidade, não desista, tem muita gente precisando da sua ajuda!

Tente outra vez. Sinta como a entidade funciona, e do que ela necessita, talvez você tenha que pesquisar um pouquinho e sugerir uma tarefa. Seja humilde. O fato de você estar ajudando os outros não significa que você será paparicado e que seu trabalho não possa ser criticado. O trabalho voluntário exige o mesmo grau de profissionalismo que em uma empresa, se não maior. Existem regras a seguir, por mais meritória a causa, e não desanime se nem todos vibrarem e baterem palmas pelo seu trabalho.

E no próximo dia 05 de dezembro, comemore o Dia Internacional do Voluntário para o Desenvolvimento Econômico e Social, como uma pessoa mais engajada em construir uma sociedade mais humana, mais justa e baseada na cooperação. Então, vamos arregaçar as mangas, doar um pouco do nosso tempo, carinho e atenção às causas sociais.